13 dezembro 2005

Crítica do filme: Reencarnação


Esse filme do Diretor Jonathan Glazer carece de uma aura maior de misticísmo. Talvez seja por isso que esse filme tenha agradado a poucos que o classificaram como baixo ou pedófilo. O argumento do filme é sobre Anna (Nicole Kindman) que perde o seu marido e depois de 10 anos após o falecimento desse, tenta finalmente reestruturar sua vida casando-se de novo. No entanto surge na vida do casal um pequeno empecilho, um fedelho que afirma ser a reencarnação do marido da moça. Acontece que após a revelação do menino, contando fatos que somente o casal conhecia, lembrando a médium trambiqueira do filme Ghost, nada se encaixa em foco direito. O diretor quer criar um filme de arte sendo que não possui conteúdo suficiente para criá-lo visto que o roteiro não ajuda muito em sua empreitada. A fotografia do filme é bonita, estilo glacial, aproxima os personagens da tela e Nicole nunca esteve tão exótica com seus cabelos tingidos de negros e cortados. O filme é todo pontuado por uma trilha sonora clássica. E Nicole está muito sensual. No entanto, como é que ninguém pensou em dar uns cascudos no menino após algumas cenas. Por exemplo, numa sala particular tipo escritório, um dos personagens interroga o menino sobre coisas que somente o casal sabia e o menino vai respondendo ao interrogatorio (como um colegial prestando exame oral). Cameron Bright é um ator mirim bem limitado e sua interpretação é robótica e completamente regulada. Quando se pede para que ele fale sobre algo pessoal, o menino diz alguma coisa tipo: " esse sofá verde foi onde nós fizemos amor pela primeira vez". Como é que ninguém após essa revelação não pensou em dar uns beliscões no moleque e dizer para o fedelho ter mais respeito, ou que ele é muito pequeno para pensar ainda nessas coisas, ou pedir para mãe do guri dar algumas explicações sobre sexo a essa criança? Brincadeiras a parte, o certo é que até o seu final, o filme é solene e estranho. O que prende em parte o expectador é o segredo por trás do menino e se o personagem Anna de (Nicole) vai ficar com ele ou não. O Diretor optou por um final ambíguo e a cena em que Nicole está na praia de noiva com uma carta na mão não convence dramaticamente. O filme com um argumento pretenciosamente místico acaba se assumindo como um melodrama banal em sua finalização
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Ficha Técnica
Título Original: Birth/ Gênero: Drama/ Tempo de Duração: 100 minutos / Ano de Lançamento (EUA): 2004/Estúdio: Fine Line Features / Academy Productions / Lou Yi Inc./ Distribuição: Fine Line Features / PlayArte/ Direção: Jonathan Glazer/ Roteiro: Milo Addica, Jean-Claude Carrière e Jonathan Glazer/ Produção: Lizie Gower, Nick Morris, Jean-Louis Piel e Wang Wei /Música: Alexandre Desplat /Fotografia: Harris Savides /Desenho de Produção: Kevin Thompson /Direção de Arte: Jonathan Arkin /Figurino: John A. Dunn /Edição: Sam Sneade e Claus Wehlisch /Efeitos Especiais: Lip Sync Post / Com:Nicole Kidman(Anna)/ Cameron Bright (Sean / Garoto)/ Danny Huston (Joseph)/ Lauren Bacall(Eleanor)/ Arliss Howard (Bob)/ Anne Heche (Clara)/Peter Stormare (Clifford)/Ted Levine (Sr. Conte)/ Cara Seymour (Sra. Conte)/Alison Elliott (Laura)/Zoe Caldwell (Sra. Hill)/Milo Addica (Jimmy)/Novella Nelson (Lee)
Por: Rony de A. Fernandes da Conceição