01 dezembro 2005

Crítica do filme: O amigo oculto


O filme narra a história da pequena Emily, interpretada por Dakota Fanning. Essa perde a mãe (Amy Irving) supostamente por suicídio e vai viver após algum tempo com o pai um Psiquiatra representado por Robert de Niro, num lugar meio isolado. A princípio O amigo oculto faz lembrar bastante, o Iluminado, de Stanley Krubick, principalmente por sua abertura com o carro em viagem atravesando as montanhas. No entanto, no que o outro filme ganha impulso, talvez por causa do roteiro mais bem estruturado, em cima do livro de Stephen King, Hide and seek, peca pelo roteiro mergulhado em clichê. O que poderia fazê-lo tornar-se um bom filme, seria o suposto amigo oculto, e o filme prende o espectador somente pelo fato dele querer saber o que se esconde por tras da realidade desse amigo imaginário da menina. O mistério todo da película se concentra nessa possibilidade. Enquanto isso o tempo de projeção vai passando e as únicas coisas interessantes no filme são os desempenhos de Dakota e De Niro, nem mesmo De Niro está em sua melhor forma. Praticamente ele parece uma auto-caricatura de si mesmo quando fazia seus grandes papeis no cinema. Já Dakota Fanning cria com seu tipo sombrio uma boa gama de expressividade em cima de seu papel. Ainda há as intervensões monótonas de Famke Janssen e a deliciosamente bela Elisabeth Shue (que sempre é um colírio para os olhos). Há cenas interessantes de Dakota, quando ela por exemplo assiste passivamente o pai segurando o corpo da mãe na banheira, com seus olhos azuis penetrantes e a camêra vai aproximando do seu rosto em close (lembra o menino do Iluminado) e outra em que ela desce a escada com as roupas da mãe, fica mais madura e quando senta a mesa é difícil dizer que essa menina não viveu uma trajédia. Porém, o filme todo vai se realizando e quando nos é revelado o segredo parece que termina qualquer espectativa de algo mais.O que se mostra em toda a projeção fica parecendo monotonamente construído, como se o roteirista pegasse retalhos de outros filmes do gênero. O final fica tão mal elaborado, mas tão mal elaborado, que dá a impressão que todos os envolvidos com a história estavam com preguissa de pensarem num desenvolvimento mais inteligente ou plausível. Um argumento que parecia a princípio interessante torna-se uma decepção (puro clichê) e o que resta no final é apenas uma caixinha de música naufragada e um desenho pretenciosamente óbvio.
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Ficha Técnica

Título Original: Hide and Seek/ Gênero: Suspense/ Tempo de Duração: 105 minutos /Ano de Lançamento (EUA): 2005 / Estúdio: 20th Century Fox Distribuição: 20th Century Fox Film Corporation/ Direção: John Polson / Roteiro: Ari Schlossberg/ Produção: Barry Josephson / Música: John Ottman/ Fotografia: Dariusz Wolski/ Desenho de Produção: Steven J. Jordan / Direção de Arte: Emily Beck Figurino: Aude Bronson-HowardEdição: Jeffrey Ford/ Com: Robert de Niro; Dakota Fanning; Famke Janssen; Elizabeth Shue, Amy Irving

Por Rony de A. Fernandes da Conceição